O clima, a riqueza do seu solo e a sua localização privilegiada, para o que o rio Douro contribuiu e continua a contribuir, atraíram e fixaram os povos.
De acordo com os registros históricos, já na altura do nascimento de Portugal se cultivava o vinho nestas terras. Mas foi a criação da Companhia das Vinhas do Alto Douro, decretada pelo Marques de Pombal, que despoletou seu desenvolvimento definitivo, em meados do século XVIII. Começaram então a instalar-se na Régua armazéns, estabelecimentos comerciais, estalagens e habitações e instituiu-se a Feira dos Vinhos, que se realizava anualmente, e trazia até aqui visitantes das mais diversas zonas do país.
O ritmo comercial impulsionou o crescimento econômico e projectou cada vez mais o nome e a riqueza desta cidade, que começou a ganhar população e a afirmar-se como um lugar cheio de potencialidades e de encantos naturais.
O vinho esteve desde sempre associado a sua riqueza e levou o seu nome para fora das nossas fronteiras.
Tem cerca de 22 mil habitantes. Todas as freguesias da Régua se destacam pelas suas belas paisagens e pelos cenários de ruralidade que o esforço humano transformou em verdadeiros monumentos naturais. Entre todos, é ponto de paragem obrigatório o miradouro de S. Leonardo, na freguesia de Galafura, situado a cerca de 14 quilômetros da cidade. Dali, a 530 metros de altitude, desdobra-se um panorama fabuloso.
Á medida que foi crescendo, ao ritmo do trabalho e da força dos homens, a Régua ganhou o estatuto de Capital do Douro, que ainda hoje lhe é reconhecido.
O rio, que rasga as montanhas agrestes do Alto Douro e vem repousar, em beleza, aos pés desta cidade para seguir depois até à Foz, no Porto, continua a ser um ex-libris e uma riqueza inigualável. Deste rio, existe também a memória dos barcos rabelos, imaginados e construídos para enfrentar ameaças de uma natureza imprevisível e levar até Vila Nova de Gaia os tonéis de Vinho do Porto.
Hoje em dia, através deste mesmo rio, chegam à Régua centenas e centenas de turistas atraídos pelos encantos naturais, pela tranqüilidade e hospitalidade da Capital do Douro.
Com a construção e o desenvolvimento do cais fluvial, a Régua tem vindo a ganhar cada vez melhores condições para receber turistas e proporcionar aos cidadãos espaços de lazer e de convívio com a qualidade que merecem.
As três pontes, que ligam o município da Régua ao de Lamego, compõem um quadro onde se conjugam diferentes épocas da história. Aliás, o desenvolvimento das vias de comunicação na Régua é um dos fatores que tem contribuído para atrair os visitantes e imprimir uma maior dinâmica econômica à cidade. O lanço do IP3, recentemente inaugurado, vai permitir à nossa cidade estar mais perto de outros centros urbanos, facilitando assim o contacto entre as populações, proporcionando o desenvolvimento e abrindo as portas ao progresso. Mesmo antes da construção do IP, a Régua tinha já uma posição privilegiada em termos de acessibilidades.
A linha do Douro, considerada um dos mais belos e surpreendentes itinerários ferroviários do país, foi desde sempre uma mais-valia para o desenvolvimento da nossa cidade. Da estação, onde os pregões aos famosos rebuçados da Régua são quase uma música de fundo, parte-se para outros pontos da região, prosseguindo de combóio ou apanhando a camioneta.
A festa das Vindimas é um dos maiores acontecimentos no Peso da Régua. É uma verdadeira homenagem ao trabalho, um elogio à força dos homens e um hino às dávidas da terra. Todos os anos a tradição se cumpre e, pelas quintas da Régua, a alegria marca o passo durante quase um mês, enquanto se apanham uvas e se mete mãos à obra para fazer jorrar os vinhos que levam bem longe o nome da nossa cidade. Ao longo das encostas, pelos vinhedos delineados até ao horizonte, os homens carregam os cestos vindimos às costas e as mulheres entoam cantigas populares para sempre associadas a estes dias de festa e labuta. O espetáculo é uma imagem de marca destas terras, não só por estar associado à atividade agrícola mais importante da Régua, mas por constituir um ritual e uma tradição que há muito faz parte da nossa identidade.
Acabada a vindima. a Régua prossegue no seu ritmo normal, emoldurada por uma paisagem monumental e por um rio que foi, desde sempre, um trampolim para o desenvolvimento.
Mais do que um portão do Douro, que se abre para além dos limites do olhar, a Régua é uma cidade voltada para o futuro, a crescer ao compasso do mundo moderno. (In Villa Regula)